
A musa do verão
Corria o ano de 1988. A beleza de uma jovem estudante chamava a atenção de todos. Linda e livre, Maria Clara despertava desejos, inflamava paixões. Wagner Lopes, seu namorado na época, ele mesmo um compositor inspirado, acabara de compor uma canção para ela. Musa do Verão estoura no país e, ato contínuo, no mundo inteiro, com o título internacional de Summer Spell. A canção vira uma febre contagiosa, e Maria Clara logo é identificada como o vírus causador desta epidemia. Negocia-se licenciamento de perfume e produtos de beleza Summer Spell, e ela se torna a modelo exclusiva da marca. Com sua imagem espalhada em outdoors, comerciais de TV e anúncios de revista, de uma hora para outra sua figura se torna conhecidíssima.
Embalados pelo sucesso retumbante, Wagner e Maria Clara marcam o casamento. Uma grande festa é preparada. Seria o ápice de um conto de fadas se Ubaldo Quintela, um conhecido boêmio carioca, famoso por suas excentricidades, não a tivesse estragado tragicamente. No dia do casamento, Ubaldo invade a cerimônia disposto a exigir que Wagner Lopes confessasse publicamente que havia lhe roubado a canção. Tresloucado, afirmava que a música que transformara Maria Clara em celebridade era de sua autoria. A confusão se estabelece. Ubaldo ameaça Wagner com uma arma e, fora de si, acaba atirando. O compositor morre diante de centenas de convidados.
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